Os Desastres de Salino
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
Não é Fácil Ser “Valesca” em Terra de “Amélias”
domingo, 13 de julho de 2014
Cobertor
Em seus olhos me afogo
Em seus braços me deito
Em seu peito, meu pijama.
Sob seus carinhos adormeço
Em sua cama permaneço
Perco os sentidos
Não sei se mereço.
Sinto as pontas dos dedos
Em meu dorso correr
sinto falta de ar
Sinto-me inflar
Um gemido escapar.
Entre suas pernas morar
Com a boca umidecer
Seus pés beijar
Seu cheiro gozar
De você cuidar
Não sei se mereço.
segunda-feira, 16 de junho de 2014
Eu vi
O seu jeito de falar
Sua voz faltar
Seus olhos a marejar
Aos encantos dela se entregar.
Eu vi
O encontro desgraçado
Um amargo abraço
Tu dançastes no compasso
Não vestia mais os trapos
Eu era só o caco.
Eu vi
Uma chama a queimar
A minha a apagar
Uma pequena sobra de lar
Lagrimas a rolar
Portas a fechar.
Eu vi
Janelas a abrir
Bombas a explodir
Retratos a voar
Alguém há chegar
E eu hei enxergar.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Flutuar
Lágrimas rolam
Soluços escapam
Unhas me rasgam a carne
Atiram-me aos inimigos.
A verdade é imunda
A mentira, linda e vigorosa
Um fio que rompe
Um vaso que quebra
Uma verdade descoberta.
Dois homens
Um desejo
Um total desespero
Um sujo devaneio.
Lave a alma
Mantenha a calma
Mantenha os pés
Presos ao chão!
Era de giz.
A porcelana quebrou
O vinho acabou
O barco afundou
Eu flutuei.
segunda-feira, 31 de março de 2014
O Brasil vai perder a Copa do Mundo
quarta-feira, 19 de março de 2014
Desabafo
sábado, 15 de fevereiro de 2014
O Tempo
O Tempo passa. E passa sempre. Atropela sonhos. Destrói planos, mata pessoas. Viola sentimentos escondidos, retratos rasgados e lembra o esquecido.
O Tempo não tem endereço. Não cria apreço. Não tem preço. Pega-lhe pelo pé, o arrasta com a força de seis homens. Não há quem fique imune. Não há quem fique. Não há quem o destrua. Nem quem o suporte.
O Tempo não faz reservas. Atravessa suas coxas, escorre pelas pernas e mostra as marcas no pescoço. Traz consigo a dor de não parar, a confusão de não morrer e uma fina capa de esquecer.
Com seus movimentos indesejados, transita entre futuro e passado, vasculha sem pudor cada ponta de pecado, pondo o dedo na ferida que já devia ter secado. Não tem piedade que o segure. Não tem perdão que o ampare. Nem quem o faça parar.
O Tempo faz do mundo um salão e torna a vida uma dança. Girar-se-á você na música que Ele tocar. Formar-se-á, o seu quadril, no desenho que Ele esboçar. Há de criar em ti uma doce ilusão do desmemoriar.
Tornar-se-á, o Tempo, em sua vida seu algoz e seu deus. A ele deve suas preces e xingamentos. Suas mercês e desgraças. Sem poder vingar-se ou esconder-se. Com Ele há de caminhar por toda a vida, zombando de ti.